terça-feira, 26 de setembro de 2006

Requiem desafinado por um pároco de aldeia

Oh sede cruel! O mais cruel dos males daqueles que experimentam a cólera de Deus! Oh puta! Oh vinho! Oh bebedeira capaz de lançar sementes de ódio nos sete leitos do ganges e de fecundar todo o Egipto! Ó padre Barreiros, bebe um garrafão de vinho! Alivia o ardor que te devora a alma! E, todos os teus membros, roídos pelas ratas de sacristia, conhecerão o viço dos ancestrais verdes anos! Oh fé cristã! Por ti, limpa o senhor a atmosfera de influxos nocivos! Oh padre Barreiros! Traz as grinaldas da sepultura e a tua sotaina festiva! Vem revelar aos nanikos mortais os decretos da providência, a benéfica esporradela celestial que assusta o negrume da morte! Derrama-nos o teu vinho piadoso em gritos de júbilo! Oh Padre comacarnal! Oh padre das mórbidas viúvas! Vem mijar vinhaça no rosto abrasado do xicoxico em espasmos de alma! Dourado resplendor da borga das ninfas! Oh Padre! Extrema unção, nunca mais! Cristo nunca interromperá a sua casta melodia! Barreiros, el matador das putas e dos delinquentes! Espacem no ar os roucos gemidos das doidas! Atingiremos os pináculos da grandeza, padre! Cresce para o inferno, Barreirrinho gringo! Para uma majestosa canzanada! Graças ao eterno, penetrarás a Linda, a Carlota Joaquina, a Afrodite, a rainha D. Amélia, o Zé Laden, o El pibe! Deixa os cantos de humildade duvidosa e de devoção! Oh padre Barreiros! Enraba uma milícia de anjos ébrios!

Luz eterna para os cordeiros de Deus. Amén.

Para o palmo e meio shiva, que luta dia e noite, com denodado esforço, para alegremente difundir a sua radiação de exilado da pátria mater Lisbonne, o seguinte: os padres, mesmo os mais marcados por crimes hediondos, como o Barreiros quando recusou o bom alimento a uma criança baptizada do Eppacdm, professam um saber indispensável: tudo é de graça. Num mundo de ganância e ambição desmedida, a rectidão deste espiche não deve merecer qualquer abjecta ignomínia do parlamentar-discursivo do shiva sobre párocos. Um novo erro crasso e será de esperar a respectiva sanção autoritatas devidamente reverenciada. Pintelheira em espiral à moda da garça, de sua Eminência Cardeal Gomes, parece-me ajustado face ao delitro.

Luz eterna para os cordeiros de Deus. Amén.

1 comentário:

bukowski disse...

como todos os grandes requiems, incompleto...to be continuado...