quinta-feira, 30 de abril de 2009

Férias em Agosto

Este ano vamos tentar fazer as coisas de maneira diferente, por isso fica aqui o aviso à navegação que no decorrer das próximas semanas do mês de Maio vamos apresentar propostas para férias a decorrer em Agosto AGOSTO de 2009, para não ser à última como sempre. Quem quiser IR e tiver a CERTEZA que VAI diga se faz favor. Há vários destinos em cartaz ainda estamos em discussões, quem quiser ir pode AJUDAR nisto. Marrocos, Europa de Leste, Vila Franca de Xira-Fundão em 2 patas são algumas das hipoteses...como sempre quando houver novidades aqui estarão.

A Gerência

terça-feira, 28 de abril de 2009

Estás convocado


Nunca como hoje fez tanto sentido protestarmos contra um sistema económico que nos encurrala e asfixia numa vida sem futuro. Por isso, na próxima sexta-feira, 1 de Maio, Dia do Trabalhador, vamos todos lutar pelos nossos direitos.

Às 14.30horas a parada dos Precários Inflexíveis parte do Largo Camões em direcção ao Martim Moniz.

Estão todos convocados:

Desempregados
Trabalhadores a recibos verdes
Trabalhadores com contratos a prazo
Trabalhadores penalizados nas reformas a que têm direito
Operadores de call-center
Estudantes
Etc. etc. etc.

Mais informações em http://www.maydaylisboa.net/

segunda-feira, 20 de abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Expedição na Arrábida

Outrora verdejante e aprazível, a Margem Sul é nos dias que correm um deserto inóspito. Ao longo da cor torrada das dunas e planícies que dominam a paisagem, são poucas as cidades que subsistem num ambiente tão adverso à vida. Arruinados pelo avanço inexorável das areias estéreis, Almada, Seixal e Barreiro apodrecem em ruínas sob o calor abrasante. E nos seus meandros, tribos hostis e andar simiesco de MC’s, writers, b-boys e afins impõem a sua lei de lata em punho e chapéu na cabeça, conspurcando tudo à sua passagem com riscos e desenhos ininteligíveis. Desesperados, magotes de deserdados tentam diariamente atravessar o rio em busca de um pedaço de terra arável, mas do outro lado especuladores e agiotas sobem brutalmente o preço das propriedades, numa exploração sem escrúpulos da miséria humana.

Porém, há uma zona que resiste à desertificação. Chama-se Serra da Arrábida e, inexplicavelmente, mantém a pureza e frescura originais de há milhões de anos, como se a ampulheta do tempo a tivesse poupado à queda das suas areias. Indiferente à desertificação que a circunvizinha, a Natureza explode e germina ali com uma energia selvagem, cobrindo as suas encostas com vários matizes de verde numa extensão de centenas de quilómetros. Árvores enormes furam o mato denso num desafio perene à gravidade e animais desconhecidos habitam por entre grutas e covis, afastando a presença humana.

Intrigado com este fenómeno e desejoso de encontrar uma solução para o problema da desertificação que assola a Margem Sul, decidi organizar uma expedição na Arrábida. Talvez encontrasse aí, no coração latejante da Natureza, o elixir para restituir o verde à minha terra. Assim, eu, Shiva Mendes Pinto, parti rumo ao desconhecido juntamente com Bojo Ivens e Metal Serpa Pinto, dois intrépidos exploradores habituados à inclemência dos ventos mais gélidos e à aridez dos desertos mais escaldantes.

Como combinado previamente, fui buscá-los montado no meu camelo a uma povoação chamada Monte da Caparica num domingo de manhã e, lado a lado, dirigimo-nos para a Arrábida, que lá longe nos lançava um olhar selvagem. Quando nos encontrávamos já muito afastados de qualquer povoação, deixámos os camelos a dez quilómetros de distância da encosta da Serra e começámos a expedição.

Juntos trilhámos caminhos pedregosos; juntos bordejámos com os nossos passos ravinas escarpadas onde, lá em baixo, as ondas se despenhavam em explosões de branco contra as rochas; juntos penetrámos e arranhámo-nos no mato ignoto e cerrado que nos cercava por todos os lados; juntos entrámos em grutas gotejantes, onde ainda ardiam velas devotas a antigos deuses. Vimos também espécies desconhecidas e um mundo vegetal por classificar; cruzámo-nos com civilizações e credos milenares e deixámos as nossas pegadas em praias virgens, cujo único rasto pertencia a felinos e aves de grande porte…

Tudo o que vimos, sentimos e sofremos está registado nas fotos que se seguem e que ficarão para a posteridade. E apesar de não termos encontrado a solução para a Margem Sul, fizemos entre os três o pacto de continuarmos a trilhar os caminhos insondáveis da Natureza até encontrarmos uma resposta.