quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Canto épico para um ano épico

Canto I
Fala-me, Musa, do grupo unido que se encontrou no último dia do ano,
depois de tantos meses disperso pela trama irreversível do destino.
Muitas foram as cidades por onde vaguearam e os povos que conheceram
e muitos os perigos que enfrentaram, não sem bravura, para salvarem a vida
e para se reencontrarem por fim, sãos e salvos, no crepúsculo de dois mil e oito.
Mas nem todos puderam comparecer no banquete de boa memória.
Não, o poderoso pai dos deuses reteve alguns junto dos seus familiares
para que honrassem com suas presenças a memória dos progenitores
e vigiassem os costumes ancestrais das terras que os viram crescer.
Destas coisas fala-nos agora, ó deusa, filha de Zeus.

Junto à imorredoura Sé construída pela força imortal dos antepassados
encontraram-se Sapec, de suave canto gregoriano, e Rita de sorriso puro;
Strikybuni, de belas tranças, também pontificou com a sua presença
assim como o bélico Bukowski, filho do terrível Ares, flagelo dos homens.
De Alfragide escarpada surgiu Bojo, mortal de humanismo inigualável,
enquanto da aquosa cidade de Algés vieram Solid, de rastas divinas,
e a divina e sofredora Andreia, filha da grega Helena de belos cabelos.
Hermes trouxe Ginjas de veneráveis caracóis e Sic, neto da estridente TVI.
Da desértica margem sul, onde o imortal Sol abrasa a Vida com seus raios,
vieram o latino e honrado Manel, filho da luzente Estrela da manhã,
e o insolente Shiva, mortal amaldiçoado pelos deuses que detêm o céu.

Foram estes que se encontraram junto à imorredoura Sé por vontade divina.
Mas o medo, flagelo de dez cabeças, apoderou-se do coração irrepreensível
de Bojo, quando viu a Noite com seu manto escuro de vícios e ardis
substituir o Sol, que sob a vasta planície líquida mergulhou.
E tomando a palavra deu conta ao grupo unido dos seus receios:
“Vejam companheiros de longas batalhas como a Noite suplanta o Dia.
Não é sem fundamento que temo o que a escuridão traz para nós,
pois todos já sofremos quando ela nos tira a lucidez dada pelos deuses.
Amigo da Noite é Dionísio, que nos dá o vinho. Este potencia os nossos espíritos
mas o seu poder embriagador atira-nos para rixas tremendas,
pois pensamos que a nossa força cresce à medida que bebemos.
Sacrifiquemos por isso a Zeus, detentor da égide, um touro de terríveis cornos
para que cheguemos a dois mil e nove apenas com gratas recordações.”

Assim falou e todos concordaram, porque dissera as palavras na medida certa.
Ginjas, que vê ao longe, tirou então da sua aljava uma seta afiada
E ajudada por Atena abateu um colossal touro que pastava
Pelos verdejantes prados que enfeitam a encosta do inexpugnável castelo.
Tomando o animal nos braços, Sapec pediu a Zeus que a Noite fosse pacífica
e depositou-o junto à entrada colossal da imorredoura Sé.
Depois de todos terem rezado, dirigiram-se para a íngreme Alfama,
onde os esperava um banquete de vastas iguarias.

1 comentário:

Shiva disse...

Com a devida vénia a Homero.

Desculpem a formatação do texto. Deve-se à configuração do blog.