Benvindas sejais na nossa nave que cruza espaço e tempo como Argos cruza água e rochas. Para a navegar completa agora a tripulação, as velas simbólicas desta nave erguem-se para o destino final que nos aguarda. "O centro de todo o Universo aguarda-nos" vocifera o capitão Francisco da ponte desta nave, utilizando os seus óculos que lhe conferem uma visão milhares de vezes mais apurada que a mais real das águias e indicando o caminho entre as estrelas. A primeira imediata Filipa, inicia um toque de tambor que faz com que as engrenagens humanas, mecânicas e espirituais se mexam lentamente, lentamente, mas cada vez com mais determinação em direcção ao horizonte. Manobrando as velas da nave, a valorosa marinheira dos céus Paulinha responde, fazendo a velocidade aumentar. Catarina, saída da época de todas as revoluções demonstra iniciativa a matar a sede aos remadores trazendo a ambrósia pura directamente das torneiras celestiais. O cartógrafo André, meu parceiro neste crime interestelar, sempre atento à boa navegação ajuda o capitão da nave desenhando os mapas que guiarão outros viajantes no tempo que se seguirão. E sabemos desde cedo que a viagem será segura porque Rui, o capelão da nave, obteve o favor dos deuses da navegação. Resta um lugar nestra tripulação intemporal preenchido por mim que cego pelo desejo de acompanhar estes marinheiros das estrelas rabisco em materiais diversos as aventuras que passámos juntos.















Texto de João Martinho (Mc)