quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Tasca do Indio

É assim, com grande pesar, que os Nanikos vêem chegar o fim de uma grande instituição, que desde sempre permitiu a todos nós, alcançar patamares invejáveis, até às figuras mais boémias do nosso século. Local de convívio entre nanikos e associados, desde sempre o Bar da Associação Desportiva do Fundão, ou Tasca do Índio para os amigos, foi um local de culto. Com a sua arquitectónica vanguardista e decoração peculiar e acolhedora, o “Índio”, como tão carinhosamente lhe chamamos, foi sempre um dos mais importantes locais de encontro e reencontro dos membros do nosso clube desportivo. Com base num largo historial de “bombas”, fica claro que o encerramento deste “berço” não é tomado de animo leve por nenhum de nós. Infelizmente, esta situação não é novidade recente. O encerramento da tasca vem na sequência de um plano engendrado por inimigos do nosso adorado clube desportivo. Como é possível deduzir, o volumoso leque de vitorias, tende a criar certas “animosidades” por entre aqueles que com menos desportivismo se vêem humilhados dentro de campo pelo nosso futebol mirabolante. Por isso não arriscaria em ver como culpados os elementos do clube “incógnito”, que após terem sido esmagados na ultima digressão ao Café Melo’s na Freguesia de São Pedro de Moel, teriam mais que razões para por um fim, de forma tão cruel, a uma das pedras lapidares do nossa instituição. Mas vejo-me na impossibilidade de formular tal teoria, apenas devido a existência de indícios que antecedem a data de 31 de Dezembro, ficando assim por desmascarar os verdadeiros culpados por esta atrocidade. Enfim ... triste.
Em seguimento há que referir e repreender todos aqueles que faltaram a tal evento do passado dia 20 de Fevereiro de 2006.
Entre os quais há que destacar Bojo que se encontrava oficialmente incumbido de negociar o passe da jovem promessa nanikiana Dani. A sua falta reside apenas no facto de podendo apanhar o voo 352 da British Airwais das 3 da tarde, não o fez, tendo assim de pernoitar mais 24 horas na sede do clube Bombeiros da Floresta, sendo-lhe impossível comparecer ao evento. Lamentável.
Foi também com tristeza que Mc não pode comparecer. Também ele ausente por motivos empresariais, que o incumbiam de descobrir por terras africanas o futuro Mantorras nanikiano. Neste caso, não vejo ser necessária qualquer repreensão, pelo simples facto de que a dor sentida por Mc na altura em que se apercebeu de que lhe seria impossível estar presente em tão épica noite, é por si só, castigo suficiente.
Markito embora presente esteve muito apagado, não fazendo jus ao valor que acarreta na sua pessoa. Tudo se deveu a uma lesão, uma hérnia no pulso direito, que o impossibilitou de levantar bem alto o cálice com o sagrado liquido.
Por seu lado, Solid tentou seguir de perto os acontecimentos mas devido à sua fraca capacidade física no momento, resultante das muitas faltas que tem verificado nos treinos do clube, não conseguiu finalizar a etapa, e cortar a faixa à entrada do English. Esta fraca prestação poderá dever-se também aos recentes rumores da sua partida para o PSV Eindhoven.
Ruizinho, Bio e xicoxico, foram assim as figuras da noite tendo alcançado a tão aclamada entrada do English, correspondendo às expectativas que o próprio evento criara em sua volta.
Mas antes que ficar tristes por ver o acabar de uma dinastia, há mais que relembrar todas as alegrias vividas e partilhadas na “Índio”, e com um forte sentimento de nostalgia embebido de um sorriso rasgado, brindar à grande Tasca e gritar bem alto “Hoje estamos aqui, amanhã onde estaremos, a única coisa que sabemos, é que D. Policarpo beberemos, viva Nanikos”.

4 comentários:

Joao Martinho disse...

Muito me entristece ler esta notícia sobre o encerramento da Tasca do Índio :(
Muitas "mines" acompanhadas de ginjas lá consumi e isso são coisas que não se esquecem de um dia para o outro!
Façam todos um dia de abstenção (não mais que um) em memória desse mítico estabelecimento.

Psynoia disse...

lol.. eu compreendo k retires o comment dp de perceberes k fui eu k escrevi :P. é na boa, fica a intenção

Shiva disse...

Guardamos gratas recordações da Tasca do Índio. Passámos lá grandes serões. Nunca esquecerei a última noite - grande ambiente, grande emoção. Os habituais frequentadores afluíram àquele local mítico para um longo adeus.
Agora, aqui em Lisboa, sempre que tiver de pagar por uma cerveja 1€ ou mais, lembrar-me-ei com saudade das minis a 50 cêntimos... As ginjas a 40 cêntimos também ficarão como um ícone das noites ali passadas. Agora, sempre que for atendido de forma impessoal e arrogante, lembrar-me-ei da simpatia do Hélder, presente em todos os momentos, até ao mandar-nos embora: "vá lá pessoal vamos a sair, já passa da hora".
Quando as luzes Tasca do Índio se apagaram, naquela noite gelada de sábado de 18 de Fevereiro de 2006, o Fundão ficou mais escuro.
Para sempre?

bukowski disse...

pois é, amiguinhos, resta-nos esporear o cavalinho de madeira e galopar no encalço do Índio. Agora temos que encher o cantil de whisky noutra freguesia. Vou ter saudades dos fregueses retardatários e dos vultos encostados ao balcão, à espera de uma loira que os guiasse para outros buracos, sem o venenoso whisky, mas igualmente letais. Espera em vão. Muitos morreram ou ficaram feridos.
Os tempos mudaram bastante deste então. o ar ficou saturado de fumo, de álcool, de alegria, e as putas apresentaram-se com a melhor isca. Caí apaixonado por uma delas. Posso dizer que foi o meu primeiro grande incêndio,amor mais duradouro do que aquele que nutro pelo whisky mas igualmente inútil. Nessa noite, a puta tinha os olhos a brilhar de amarga frustração quando os ventos da noite cobriram o tasco com um manto húmido, inchando as maminhas pueris da putita. Sem me topar, farejei-a logo como um perdigueiro encharcado, e só não me entranhei no rabo da corça por um estúpido cavalheirismo. Vagueei pelos turbos semblantes e acabei por encontrar os olhos fixos da puta. Ela corou. Nunca tinha visto uma puta corar. Linda...Foi a bebida mais cara que o Índio me serviu.O resto eram cápsulas vazias.É por isso que não posso voltar a uma rústica lareira apagada.

Beijinhos e abraços deste nanikiano-eremita à cata de novos Puskas, exilado na sétima casa do caralho, algures no Médio Oriente, que se faz acompanhar por uma sobra de feijão-frade e um valente depósito de whisky.